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30.3.10

olhos abertos.






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vigiando o descompasso,
minhas borboletas
e os pensamentos.

ah, que beleza!

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devaneio.

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"quando está toda emperequetada fica mais linda ainda!"

minutos.

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"que os minutos foram reavaliados e que pra cada suspiro serão 10 contados"



tic tac.

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contando os dias pra tomar banho de rio.

29.3.10

doçura de música.

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simples.


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o detalhe é muito simples, 
é tão simples que não consigo explicar.
delicado arrepio dos pés à cabeça,
e a certeza de ter feito tudo certo,
sem medo, sem planejar,
sem nada pra falar depois,
o silêncio que diz tudo sobre o meu vai e vem.
o barulhinho bom que passa pelos meus ouvidos.
vai tudo bem,
tudo certo.

27.3.10

coisa.

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sinto agora essa coisa,
um "trem" ou um ser inanimado entre meus desatinos,
um tempo bambo que existe dentro de mim,
um negócio, um facto descontrolado,
um acontecimento que me deixar viver meio bamba,
um mistério mal pago,
uma causa sem motivo,
uma espécie de respiração que me consome por dento.

26.3.10

desembaraço.

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algumas dúvidas e um pouco de preguiça,
não aquela preguiça que te deixa prostrada em qualquer canto,
mas um pouco vagarosa com as vontades do coração.

25.3.10

com o perdão da palavra.

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"dar é dar.
Fazer amor é lindo,
é sublime,
é encantador,
é esplêndido,
mas dar é bom pra cacete..."




Luís Fernando Veríssimo

musicar.


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batida leve, borboleta breve, voa próxima de mim.
onde os pés forem pisando, caminhando, ando.
sem muito o que dizer levo dias pra esquecer.
o mesmo som, tom, era bom.

24.3.10

segredo.

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ela dá pulinhos de alegria escondida atrás da porta.

rotina.




pelo tempo que vivo já sei organizar histórias,
vivo e desvio, me calo ou falo.
tenho aqui uns desejos guardados e uns sonhos espalhados.
confundo minhas miudezas, atropelo o som,
ainda assim elaboro bons encontros, bons abraços apertados.

vou seguindo me preocupando com as coisas bestas.
fico aliviada toda sexta,
conto as pratas, os dias, os anos,
perco a conta de contar, azar!

amo até me cansar, depois volto a amar.

reparando.

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"por onde ele passa nascem flores e amores."

22.3.10

os primeiros dias de outono.


começo assim já atrasada, destrambelhada..
sensação de uma musica nova, de um ritmo novo, um detalhe a mais,
uns casos pra contar sempre juntando as coisas no ar.

conversa boa pra derreter meus sentidos mais firmes,
refrescar pensamentos.
notícias, exageros, jogatina de boa fé.

apostem seus sorrisos vamos fazer cócegas até alguém matar alguém.
o povo de papo na varanda sempre será o melhor para o fim do dia.

assim mesmo, sem pé, nem cabeça. 


20.3.10

avenca.



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ah meu amigo, não me diga que toda má sorte vem dela!
não existe uma sorte ruim, existem os rumos tortos, laços mal dados, abraços mal abraçados, sorrisos de meia boca, desejos doados em voz alta sem verdade.

olhe.




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repare bem nos detalhes.

é sábado.

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"não vá pensando que determinou
sobre o que só o amor pode saber
só porque disse que não me quer
não quer dizer que não vá querer
pois tudo o que se sabe do amor
é que ele gosta muito de se dar
e pode aparecer onde ninguém ousaria se pôr
só porque disse que de mim não pode gostar
não quer dizer que não tenha o que considerar
pensando bem, pode mesmo
chegar a se arrepender
e pode ser então que seja tarde demais..."


Vai saber
Marisa Monte
Composição: Adriana Calcanhotto


19.3.10

"quero tanto"

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"catei colo
e o mar parou
fui deitando
pra perguntar
nome, bairro
amigo, amor
de onde vem
parar o mar
seu sorriso
bateu aqui
inda posso
me apaixonar..."



Sem Cais
Composição: Caetano Veloso/Pedro Sá

18.3.10

onde esconderam minhas coisas?



Deus não me deu um braço de mar, mas sim um rio pra nadar e uma praça pra brincar. Um dia desses acordei e vi que haviam arrancado meus balanços, as árvores, as traves do gol improvisado, os pés de carambola do seu Genaro e a venda do pé de moleque. Proibiram-me de brincar.

Eu tinha um teatro na garagem de casa. Fitas de cetim, um ator e um tamborim, bonecas encantadas e um dente de marfim. Um dia desses acordei e percebi que haviam desmontado o teatro, levaram as bonecas, as panelas, e até os ramos de alecrim.

Agora tenho uma faixa, uma árvore, um guarda sol e umas cervejas pra mim. Agora me viro como posso, grito bem alto esperando a água que corre nos dutos da mangueira pra vê se refresca essa minha bobeira. Mas um dia vou ter tudo de volta o teatro e minhas botas, a praça e as carambolas.


(Vivemos e usamos, usamos e vivemos, deixamos de lado as doçuras de criança, os detalhes do dia e da noite. Começamos a não perceber as mudanças que as pessoas fazem por nós. Corremos tanto contra os passos do relógio que acabamos deixando pra lá, fechando os olhos mesmo não gostando do resultado. Perdemos nosso canto no mundo, ficamos espremidos no fim do corredor e acabamos morrendo com impressão de não ter vivido como deveria.
Em todos os casos, em todos os momentos, nas coisas pequenas e nas coisas grandes, precisamos dar mais atenção para as mudanças.)


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além do decreto sobre a proibição de eventos na Praça da Estação, agora também querem abrir mão do festival de teatro FIT desse ano.













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espirros, muitos deles e bambeza nas pernas.
um colo cairia bem!

17.3.10

...




coisas miúdas que vão e vem,
sorrisos descompensados, acanhados.

coisas de vó.




e isso fica na minha cabeça "o dia inteiro que deus dá"

16.3.10

uns detalhes.




há quanto tempo dura isso em mim? e que dia vai embora?
fico aqui sabendo das coisas que acontecem enquanto o mundo gira. Umas me assustam, mas logo passa, não consigo carregar todo o peso presente, mas existem outras coisas que me deixam com um sentimento de que vai durar por um bom tempo, me preocupo com os detalhes do outro, com os suspiros, queria perguntar, rezar, dizer que estou aqui e que por aqui vou ficar, mas não comportam mais meus impulsos, minhas emoções nesses casos e acasos.
calo-me!

...

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"notas musicais
dentre bolas de sabão
que de nossas serenatas vieram
flores que ofertamos
e que nunca morrerão
em vasos e jarros se bronzeiam..."



magamalabares
Marisa monte
composição: Carlinhos Brown

15.3.10

bom dia.

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"Um homem bonito assim
O que quer de mim
O que ele fará comigo?
Um homem bonito que planos
O que Deus me deu
E que ele fará com os seus
Braços de amansar desejos
Boca de beijo
Corpo de tocar
Meu coração muito tonto
Quer sair de mim

Olhos flechando meus zelos
Bem que o meu corpo já me mostrava
Tentação das mais safadas
Sem dor sem penar

Meu Deus, Ave Maria!
Se ele não é um dos Seus
Ninguém mais seria.."



Vanessa da Mata
Meu Deus

14.3.10

conselho.

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"seja criativa, aproveite, experimente um novo amor."


Graveola e o Lixo Polifônico
 

domingaz.



poderia fazer um mambo pra afogar meus rodopios e com calma falar um pouco do calor que faz em minha terra, já não fazem mais dias frescos de brisa no final da tarde (como antigamente).

poderia fazer um samba pra contar do meu amor, ou do meu futuro, poderia ser mais clara que o sol, em um gingado manso.

poderia fazer um som com os talheres de minha mãe, com as cortinas de bambu, poderia contar do arco íris que ganhei quando o sol brilhou na água do chuveiro.

passo o tempo pensando em como poderia preencher meu domingo.
doce de leite, costurar o vestido furado, lembrar do filme, cantar sem parar pra afastar do canto o papagaio acanhado.

...


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"fere de leve a frase... e esquece... nada
convém que se repita...
só em linguagem amorosa agrada
 a mesma coisa cem mil vezes dita."

Mario Quintana


13.3.10

resta.














resta a fé na casa de Helena,
resta o seu sorriso e a cocada de forno,
o piso gelado de ardósia pra deitar quando esquentar os miolos,
o resto do amor, um pouco da dor,
o pé de pitanga que tão cedo desanda.

e depois da fresta o que tem pra viver?
tem um pé de manga no terreiro batido, as galinhas d'angolas e seu barulho esquisito.





não.

todo o tempo o que você não deveria "fazer" é sempre a sua maior vontade.

12.3.10

o tal.


o que fazer com uma vontade que vem do lado mais profundo da gente?
como controlar uma vontade danada de falar dos meus desejos mais estranhos?
o tal do querer nem sempre é poder.
fechar os olhos e esquecer.

vontades.

11.3.10

estalos.

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"convidar ela prum charme
não ficar só na saudade"


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detalhes sem motivo.







10.3.10

antes do outro, eu.

sobre a batida mansa em compasso firme sigo o meu coração, sem saber muito bem da língua do outro procuro entender os olhares, mas não consigo ouvir, permaneço assim ouvindo meu som em primeiro plano.

9.3.10

é raro o efeito.



inúmeras vontades, vaidades, bobagens, vou juntando minhas alegrias e reservando bons pensamentos.
elaboro abraços para um próximo encontro, mereço um desconto.

8.3.10

desviando pensamentos.



e não é que o tempo anda correndo mesmo, e quanto mais ele corre, e quando mais eu corro, mais os pensamentos se desfazem.

mulher.



às Marias o meu abraço e para todas as outras também.  

5.3.10

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"conversa sobre se chove ou não chove"

365 dias na missão.



já estamos aqui no terceiro mês, vou e volto todo o tempo, passo pelas mesmas ruas todos os dias, escuto, falo, é um sonho pra cada lado, é a greve, é a chuva, é o falatório.
lembro logo depois de esquecer, desenho meus planos, me deito e não quero levantar, não assim tão rápido.
sei da feira de flores na sexta no caminho pra faculdade, sei que no sábado vou ver os casais dançando na praça ao som do chorinho delicado, sei que verei meus amigos, sei que tem gente que não vejo mais, ah, e como sei.

assim eu vou indo e vindo, vou nessa missão desenfreada e danada.

4.3.10

...




“vamu entrar em ebulição”

reclamação.

 
 
um samba que acalme essa molhança, que seque essa chuva.
pé molhado, cabelo enrolado, a preta não aguenta mais.



saiupá.


...

pois você passa e não me olha
mas eu olho pra você
você não me diz nada
mas eu digo pra você
você por mim não chora
mas eu choro por você..

Por causa de Você, Menina
Jorge Ben Jor


3.3.10

...

 Foto: Luzinterruptus /  Brooklyn Bridge/ Water St., NYC



só eu sei das bobagens que guardo no bolso.

bom dia!


menina bonita do centro da cidade
vou jogar laço de fita
pra enfeitar essa beldade...

bonita
que moça bonita...


MENINA BONITA
(Pedro Luís, Rodrigo Cabelo & Alexandre Brasil)

2.3.10

sábado é dia de ir à praia.


junte suas tralhas e suas sandálias, coloque um maiô e leve o seu amor, leve umas maçãs e balas de hortelã.
prepare o guarda sol e não esqueça do anzol, faça as poesias e deixe no varal la pelo meio dia. 
depois de tudo pronto é só ficar no ponto esperando o primeiro ônibus que te deixe ali pela praça, é do povo e é de graça.

 
(clica na imagem)

caraminholas.



enquanto existirem jabuticabas no meu jardim, as cores e uns sorrisos eu guardo pra mim.

1.3.10

presente de amiga.




“com um pote de geléia de morango nas mãos, comendo com colher de sopa...”

dai-me forças.


a agonia maior é lembrar de uma cena. me faça esquecer.
gostaria que fosse só um exagero meu,
ou um sonho mal acabado onde a gente acorda desesperado.
sorriria se fosse um papo contado, fofoca de qualquer lado.
fico nesse vazio que nenhum abraço cura.
e como dura.

bom dia.

 
Existem coisas na vida
das quais até Deus duvida
tem beijos de boas vindas
tem beijos de despedida
tem choro, côro, decôro,
entrada não tem saída...

Ney Matogrosso
Composição: Itamar Assumpção e Alzira Espindola